4 sinais de TDAH e como trabalhar isso no ambiente escolar

4 sinais de TDAH e como trabalhar isso no ambiente escolar

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença neurobiológica de origem genética que surge na infância e geralmente permanece durante toda a vida. É caracterizada, comumente, pela desatenção extrema, desorganização, comportamento impulsivo e inquietude. A boa notícia é que o diagnóstico e o tratamento precoces podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida da criança. 

Por mais que se fale cada vez mais sobre este transtorno, visto ser um fator que interfere diretamente no rendimento escolar dos pequenos, ainda existe um cenário de falta de conhecimento sobre os desafios enfrentados por crianças com essa doença e o que pode ser feito para melhorar o bem-estar tanto delas quanto de suas famílias. E mais, mesmo com tantas informações disponíveis, os sintomas do TDAH têm sido facilmente confundidos com a falta de limites na criação das crianças, ansiedade ou medo. Portanto, a análise comportamental pode levar tempo, e essa cautela é necessária para fazer o diagnóstico apropriado.  

Para sanar as suspeitas de que uma criança possa ser hiperativa, existem alguns critérios importantes que devem ser levados em consideração: frequência e conexões com outros sinais. Sendo assim, os sintomas devem se repetir com certa regularidade e não apenas uma vez ou outra.  E claro, os sintomas não se limitam apenas à hiperatividade. Há outros fatores que devem estar presentes para confirmar a veracidade do diagnóstico. 

Enquanto a criança está crescendo, várias partes de seu corpo estão se desenvolvendo. A habilidade de administrar emoções, por exemplo, é adquirida por completo por volta dos 12 anos e, ainda assim, a criança entra na adolescência com dificuldade para entender o que sente.  Por isso, algumas crianças costumam apresentar comportamentos inusitados que podem até tentar confundir, mas ao longo do tempo, é possível confirmar que não passa de um temperamento mais extrovertido.  

Em resumo, vale ficar atento aos sinais e agir com tranquilidade para não deixar que nada prejudique o desenvolvimento da criança. Abaixo, detalharemos os 4 sinais mais comuns em crianças com TDAH: 

1.Desempenho escolar ruim 

 

O fator que costuma alertar os pais é a queda repentina no desempenho escolar, ou o fato da criança nunca ter possuído uma performance como a dos colegas de turma. Nesses casos, os pais devem procurar compreender as suas limitações e dificuldades, ao invés de exigir mais do filho. A cobrança pode ser ainda mais prejudicial. O primeiro passo é verificar se estes problemas estão relacionados a apenas uma matéria (ou atividade) ou se estendem para as demais esferas da vida escolar da criança.  O segundo passo é analisar, juntamente com a equipe pedagógica da escola, qual estratégia poderá ajudar a reduzir as limitações da criança. Por fim, se for o caso, o indicado é procurar acompanhamento profissional para o tratamento adequado. Como dito acima, quanto antes, melhor! 

Fique atento se a criança: 

  • Comete erros nos trabalhos da escola por simples descuido/falta de atenção; 
  • Demonstra problemas para manter o foco em tarefas ou alguns jogos; 
  • Possui grande dificuldade em finalizar trabalhos escolares; 
  • Evita ou não gosta de fazer tarefas que exijam esforço mental focado, como lição de casa; 
  • Apresenta dificuldade em ficar sentada na sala de aula ou em outras situações parecidas.

 

Ao identificar sinais que liguem o alerta da família, não sinta vergonha de procurar a escola. Com ajuda, será possível montar um planejamento adequado para a criança. E por meio de atividades direcionadas, a equipe pedagógica saberá conduzir essa situação, inclusive se poderá ser resolvido com a parceria “família-escola” ou se será viável envolver outros profissionais qualificados como: psicólogos, neuropediatras, psiquiatras, além de fonoaudiólogos, psicopedagogos e fisioterapeutas para acompanhamento multidisciplinar do transtorno. 

  1. Déficit de atenção

No geral, as crianças se distraem facilmente. É só aparecer um brinquedo diferente, uma atividade divertida ou alguma música um pouco mais alta que a concentração “sumirá” em segundos. Elas simplesmente param de fazer o que estavam fazendo para ocupar a mente com outra coisa mais atrativa. Isso é comum e aceitável principalmente nas crianças menores. E claro, não seria diferente no ambiente escolar, onde a desatenção também aparece na hora de fazer as tarefas. 

A questão é quando isso começa a prejudicar o aprendizado da criança. Se mesmo diante da mudança de atividades e da inclusão de estratégias que beneficiem a característica da criança, ela não conseguir absorver o conteúdo proposto ou desenvolver habilidades de acordo com a sua faixa etária, esse é o momento de ligar o alerta e começar analisar outros fatores. 

Fique atento se a criança: 

 

  • Tem dificuldade em manter a atenção por períodos prolongados; 
  • Não presta atenção aos detalhes; 
  • Apresenta problemas para organizar tarefas (por exemplo, iniciar, concluir ou priorizar atividades); 
  • Perde constantemente objetos (esquecimento frequente); 
  • Processa informações de forma lenta; 
  • Realiza ações precipitadas e sem refletir sobre suas consequências; 
  • Se distrai com facilidade (e regularmente) e tem dificuldade de voltar ao foco. 

Como citamos acima, crianças indisciplinadas e com dificuldade de seguir regras podem ser facilmente confundidas. Crianças com temperamento sanguíneo também podem receber o diagnóstico incorreto por serem extrovertidas e por demonstrarem características próximas de crianças com TDAH. Então, mais uma vez, frisamos a importância de analisar com calma e ter o apoio de profissionais competentes para que não haja um diagnóstico precipitado de transtorno em casos em que as crianças não possuem nenhum problema neurobiológico. 

  1. Agitação

A criança hiperativa não consegue permanecer quieta por muito tempo. Ela corre, anda pelo cômodo, pula, mexe nos objetos ao seu redor e fala sem parar, tudo para conter a necessidade aguda de se manter ocupada com algo. Ela demanda constante atenção dos pais e parece ter uma energia inacabável. Inclusive, frequentemente, as pessoas confundem essa agitação com má criação, reprimindo e tratando com duras punições como se fosse o comportamento de uma criança teimosa, quando na verdade seria necessário outro tipo de atitude para conduzir tais condutas. 

Fique atento se a criança: 

 

  • Está sempre em movimento, e, por isso, não consegue parar de mexer os pés e as mãos quando está sentada; 
  • Corre em situações que não são apropriadas; 
  • Possui dificuldade em fazer atividades em silêncio; 
  • Fala muito e muitas vezes se perde no contexto; 
  • Demonstra dificuldade em esperar; 
  • Interrompe ou se intromete nas conversas, jogos ou atividades de outras pessoas. 

 Vale ressaltar que não se deve analisar um ou poucos itens de forma solta. Todo o conjunto deve ser avaliado, assim como a junção de muitos desses sinais ao longo de muito tempo. Afinal, crianças são alegres e cheias de energia. Não é o fato “isolado” da agitação que poderá definir o laudo de qualquer pessoa. 

 

  1. Dificuldade de compreender instruções

Se a criança não entende orientações simples e de forma repetida, isso pode ser um sinal de TDAH. A criança com TDAH não conclui ou não executa tarefas da forma indicada, não porque é preguiçosa, teimosa ou está com má vontade, mas sim porque não consegue compreender a totalidade do que foi falado.  Todavia, não é apenas um comando e uma única vez para tirar todas as conclusões. Deve existir uma dificuldade constante em diferentes tipos de situações. Por exemplo, se ao pedir que a criança siga um comando (sem hesito) e mesmo propondo a mesma tarefa de outro jeito, a criança também não seja capaz de completar a solicitação, pode ser o momento de ligar o alerta. 

Fique atento se a criança: 

 

  • Possui dificuldade em seguir as regras; 
  • Apresenta problemas de organização; 
  • Demonstra resistência a aceitar instruções de jogos e brincadeiras da sua idade; 
  • Não consegue seguir a rotina em casa ou na escola; 
  • Sabe receber comandos e depois repassá-los para colegas ou familiares; 
  • Não sabe esperar sua vez. 

 Notou a conexão de vários comportamentos citados acima? Talvez seja o momento de procurar apoio dos familiares, da escola e de profissionais capacitados.  

Pesquisas mostram que existem maneiras de realizar algumas atividades em crianças para que possam reter melhor a atenção e direcionar seus impulsos de forma saudável e muito benéfica. Ou seja, existem instrumentos, técnicas e cuidados que ajudam a criança a melhorar suas dificuldades. Os especialistas da área acreditam que outra maneira de agir com o TDAH é por meio de atividades organizadas e supervisionadas por adultos, como alguns exercícios físicos. Eles geralmente contam com a presença de outras crianças, o que ajuda nas interações sociais.  

Ou seja, sem preconceito, medo ou vergonha, o passo mais importante para saber lidar com o TDAH é a intervenção precoce, ou seja, o tratamento iniciado durante a infância. 

Na Escola Casa de Brinquedos, acolhemos e damos apoio para nossas famílias: 

  • Autonomia e protagonismo infantil 

Sabendo que alunos com esse transtorno se distraem com mais facilidade e nem sempre acompanham a explicação do professor, realizamos atividades que contemplem o mesmo aprendizado, porém são trabalhadas de maneiras distintas. Acreditamos que todas as crianças são diferentes e podem precisar de acompanhamento individualizado para que suas necessidades sejam sanadas. E conforme a capacidade que cada uma apresenta, incentivamos sua autonomia a fim de estimular competências e fortalecer a autoestima. Dessa forma, se sentirão cada vez mais seguras e participativas em sua jornada educacional. Ou seja, a criança se torna protagonista no processo de aprendizagem. 

Além de transtornos ou laudo de outras doenças, compreendemos a importância de oferecer atividades lúdicas que oportunizem um aprendizado inovador. Priorizamos que elas sejam crianças e, para isso, não utilizamos modelos tradicionais de ensino. Acolhemos cada criança conforme suas particularidades e, a partir dessas premissas, adequamos nossos processos — tanto em sala de aula quanto fora dela — para oferecer uma educação eficiente para todos os alunos.  

  • Proximidade do aluno com o professor  

Um aluno com TDAH tende a se distrair facilmente com qualquer coisa. Por isso, nossas turmas são reduzidas. Com uma quantidade menor de alunos em sala, o professor consegue manter as crianças mais próximas e, consequentemente, mais engajadas nas atividades. Assim, o aluno se envolve mais ativamente durante a aula, e o docente poderá acompanhá-lo de perto para saber se está absorvendo o aprendizado. 

  • Atividades manuais e criativas 

Alunos com déficit de atenção costumam focar mais facilmente em atividades estimulantes, que exijam trabalho manual e/ou criatividade, e não apenas esforço mental. Por isso, exploramos o aprendizado por meio de diferentes possibilidades, como as atividades sensoriais e inventivas. Essa variação nas atividades tende a ser uma vantagem inclusive para as outras crianças. Ou seja, em nossa metodologia, utilizamos diferentes abordagens lúdicas para ensinar, pois acreditamos que as crianças se desenvolvem por meio de brincadeiras e muita criatividade. 

  • Atividade física 

Alunos hiperativos adoram se movimentar e possuem muita energia. Por isso, oferecemos atividades que trabalham integralmente o corpo, como jogos, gincanas, danças, musicalização, psicomotricidade, esportes e educação física. Mais do que uma simples aula, todas as modalidades citadas acima permitem que os pequenos (independentemente de diagnóstico) ampliem habilidades essenciais em sua faixa etária, e evitam doenças como ansiedade e depressão. 

  • Valorização dos resultados dos alunos 

Alunos com déficit de atenção têm tanto potencial quanto os outros estudantes, mas eles mesmo podem começar a duvidar disso (principalmente quando começam a perceber que não acompanham as aulas da mesma maneira que os demais). Portanto, valorizar os resultados é fundamental durante o processo de aprendizagem. Então, parabenizamos cada conquista, mesmo que seja pequena, e valorizamos a participação das crianças em todos os projetos. Além disso, incentivamos o trabalho em equipe e o resultado alcançado por eles. 

O reforço positivo melhora a relação do aluno com a aprendizagem, assim como o reforço negativo pode prejudicar todo esse processo, principalmente com alunos que têm TDAH e tendem a não reagir bem em situações adversas. 

  • Programa socioemocional 

As competências socioemocionais são fundamentais para uma escola que quer educar seus alunos de forma humana e preparada para os desafios da nova geração. Além disso, elas têm um grande potencial para melhorar a relação entre os alunos e a escola, criando um vínculo emocional de respeito mútuo que leva a excelentes resultados. 

Por meio do nosso programa socioemocional, criamos um ambiente inspirador, para que a criança e a família se sintam confortáveis para se expressarem. Por meio da gestão das emoções, fortalecemos o respeito e o cuidado com o próximo, assim como estimulamos o autocuidado e a capacidade de lidar com seus próprios sentimentos. 

  • Interdisciplinaridade de disciplinas 

Trabalhar com conteúdos interdisciplinares é outra importante ação que ajuda cada criança a se sentir mais à vontade, não apenas com o aluno com TDAH, mas também consigo mesmo e com os demais colegas. Além disso, está incluso em nossa proposta atividades relacionadas à educação inclusiva a fim de construir um ambiente mais acolhedor para toda a comunidade escolar. 

Em nossa proposta pedagógica, também trabalhamos solidariedade, cuidado com o meio ambiente, empatia e temas relacionados com o convívio em sociedade. 

  • Apoio individualizado por profissionais capacitados 

Toda a gestão pedagógica possui a função de ajudar e identificar as dificuldades dos alunos, com a finalidade de orientar os pais e criar um ambiente agradável de ensino e aprendizagem para todos. O TDAH não é uma condição que causa problemas cognitivos, e sim um transtorno que gera uma dificuldade para manter a atenção e o foco em uma atividade por um período de tempo. Ou seja, a criança não é limitada em seus conhecimentos ou em seu potencial de aprender e se desenvolver. Isto é, mudando a abordagem, ela poderá melhorar e ampliar suas competências. E claro, dependendo da situação, a escola poderá avaliar também a possibilidade de recursos adicionais, como profissionais de apoio educacional ou psicopedagogos. 

Muitos sintomas são inicialmente percebidos na escola, por professores e outros profissionais presentes nesse ambiente. Por isso, é essencial que os pais estejam presentes na rotina escolar e participem ativamente das atividades escolares levadas para casa. Vale ressaltar que, normalmente, o ideal é ter a visão de diversos especialistas para ter um entendimento em conjunto e completo das características, comportamento e sinais que podem indicar o transtorno. Porém, apenas um médico realiza o diagnóstico. 

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